Sabor da chuva
Enquanto eu cruzo mar adentro
A lua debruçada reclama a saudade do sol.
Enquanto você deixa pegadas,
sol e lua namoram;
Fez-se eclipse hoje no céu do sertão.
O vento murmura oriente e sopra para o ocidente.
Os poetas tocam estrelas em noites com sol.
Enquanto pardais acasalam-se em ninhos de amor
O mar adentra e o sertão aflora.
O povo à rua gritando milagre,
a chuva caindo em forma de vida.
A terra sedenta, aliviada
oferta seu fruto a essa gente,
e eles não viram o eclipse;
mas sonharam com enxurradas,
sentiram o gosto da chuva e,
nem imaginam o que é descaso.
Cheios de esperanças seguem
acreditando que Deus quer assim...
Eu sonhando enxergar com a transparência
de quem não precisa descerrar as pálpebras
e quem sabe caminhar sobre as brasas do sol
sem queimar meus pés...
Posso assim sentir o pulsar da vida
no sertão do Brasil.
Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 29/08/2007
Alterado em 29/08/2007