Meu coração é Brasileiro
Meu coração tropical
Não teve tempo de despedir-se
do verão, ele partiu com o último Tufão.
A chuva fina e fria trouxe
um outono apressado.
Eu reconciliei-me com o Nihon
ou reconciliei-me com o intolerável.
Minhas sementes lançaram-se por esse solo,
na primavera irão florir
Na geografia do meu coração
mantenho vivo o meu Brasil,
preservo minha memória cultural.
Na minha alma de criança co-habitam
as pertubações constantes
Qual cultura devo seguir?
Que bom que posso sentir
As folhas caírem com seu colorido
Outonal, vermelhas... amarelas..
Asfixiei-me do meu sangue,
Jorram por essa terra farta e conservam
meu rastro, pois sei que essa “escolha”
Tem um propósito concreto.
Posso com meus versos
Expressar minhas raízes
Posso cantar para essa gente
O caos dramático que me meti;
E assim contar-lhes sobre a beleza
Do mar, das flores, do meu povo,
Com seu gingado encantado;
com os dos sabores dos mulatos
com os beijos estrelados
Nas noites de lua cheia.
Esse meu salto mortal para
Essa minha nova vida,
depende do meu imaginário
pessoal, das minhas resignações
E da maneira que eu cortarei
Os grilhões do meu passado.
Só assim poderei desligar-me
Das minhas raízes, mantendo
Acesas as luzes do meu
Coração, que sempre no inverno
permanecerá, até que eu possa
Tocar novamente o solo do meu Brasil.
Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 01/10/2007
Alterado em 10/04/2008