Sônia Lupion Ortega Wada
“Coragem é agir com o coração.”
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Milena e o Segredo das Estrelas

Uma fábula sobre o impossível que mora dentro da gente.

 

Era uma vez uma menina chamada Milena que nasceu com os olhos voltados para cima. Enquanto os outros bebês buscavam o colo da mãe, ela fitava o céu como se ouvisse uma música antiga vinda das estrelas.

Desde cedo, dizia com firmeza:

— Um dia, eu vou tocá-las. Com as pontas dos dedos.

Na cidade onde morava, todos riam com doçura. “Ela é sonhadora”, diziam. Mas, conforme crescia, o riso virou impaciência. “É hora de crescer, Milena. Ninguém toca estrelas.”

Mas Milena não desistiu. Escalou árvores, montanhas, torres e até o farol velho em Miyazaki. Cada vez mais alto, cada vez mais perto… mas as estrelas sempre dançavam além do alcance.

Certa noite, uma coruja branca pousou ao seu lado no alto do farol.

— Por que tanta pressa, menina? — perguntou.

— Porque elas me chamam — respondeu Milena — Ouço suas vozes quando fecho os olhos. Preciso tocá-las.

A coruja inclinou a cabeça e voou sem dizer mais nada.

Na noite seguinte, ela voltou com um convite:

— Venha. Há um lugar onde talvez você entenda.

E Milena subiu nas costas da coruja. Voaram por céus de prata, cruzaram nuvens que cheiravam a jasmim e silêncio. Até chegarem a um campo onde cada estrela era uma flor brilhante, plantada no chão.

— Mas… eu pensei que estivessem no céu! — exclamou Milena. 

— Estão em todo lugar. Algumas nascem no alto, outras nascem em nós. Você só precisava olhar com outros olhos.

Milena ajoelhou-se e tocou uma das flores-estrela. Sentiu calor, lembranças, amor, tristeza, coragem — tudo ao mesmo tempo. Entendeu, então, que as estrelas não são feitas só de luz: são feitas de tudo que a alma humana tenta alcançar.

Desde esse dia, Milena voltou à Cidade com olhos ainda mais brilhantes. Não falava muito, mas quando uma criança dizia que queria voar, pintar o vento ou conversar com árvores, ela sorria e respondia:

— Então vá. Talvez você também esteja ouvindo o chamado das estrelas.

E em noites muito claras, quem passasse perto do farol podia jurar ver uma coruja branca sobrevoando o céu… e uma estrela diferente brilhando no coração de quem ainda sonha.

 

Vovó Sônia

 


 

 

 

 


 

ミレナと星のひみつ

― わたしたちの中にある、不可能についての寓話 ―

 


むかしむかし、ミレナという名前の女の子がいました。彼女は、生まれたときからいつも空を見上げていました。ほかの赤ちゃんたちが母の胸を求める中、ミレナはまるで星から届く古い音楽を聴いているかのように、じっと空を見つめていたのです。

 

小さなころから、ミレナははっきりと言っていました。

―― いつか、星に触れるの。指先で。

 

住んでいた町では、みんながやさしく笑いました。

「夢見がちね」と言いながら。

でもミレナが大きくなるにつれて、その笑いはしだいにいら立ちに変わりました。

「もう夢を見る年じゃないわ、ミレナ。星には誰も触れられないのよ。」

 

それでもミレナはあきらめませんでした。木に登り、山に登り、塔をのぼり、ついには宮崎の古い灯台にものぼりました。もっと高く、もっと近くへ…それでも星は、いつも手の届かないところで踊っていました。

 

ある晩のこと、白いフクロウが灯台のてっぺんに舞い降りました。

―― どうしてそんなに急ぐの? とフクロウがたずねました。

―― 星が私を呼んでいるの、とミレナは答えました。

―― 目を閉じると、その声が聞こえるの。だから、触れなくちゃいけないの。

 

フクロウは首をかしげ、何も言わずに飛び去っていきました。

 

次の夜、そのフクロウが戻ってきて、こう言いました。

―― おいで。たぶん、わかる場所があるよ。

 

ミレナはフクロウの背に乗りました。ふたりは銀の空を飛び、ジャスミンと静けさの香りがする雲をぬけて、遠く遠くへ。

たどり着いたのは、まるで星が花になって地面に咲いているような、きらきら光る野原でした。

 

―― でも…星は空にあると思ってた! とミレナは驚きました。

―― 星はどこにでもあるよ。空に生まれる星もあれば、人の中に生まれる星もある。

 君には、ちょっと違う目が必要だったんだ。

 

ミレナはひざまずいて、ひとつの星の花にそっと触れました。

そのとき彼女は、あたたかさ、思い出、愛、悲しみ、勇気――すべてを一度に感じました。

そして知ったのです。星は光だけでできているのではなく、人の魂が届こうとするすべてのものでできていると。

 

その日から、ミレナはさらに輝く目をして町に戻ってきました。

あまり多くを語りませんでしたが、もし子どもが「空を飛びたい」「風をぬりたい」「木とおしゃべりしたい」と言うと、彼女はやさしくほほえんで、こう答えました。

 

―― じゃあ、行ってごらん。きっと君も、星の呼びかけが聞こえているんだね。

 

そして、とても澄んだ夜には、灯台の近くを通る人がこう言うのです。

「空を飛ぶ白いフクロウを見たよ…それに、まだ夢を見る人の胸には、ひときわ輝く星があるんだ。」

 

祖母ソニア

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 30/04/2025
Alterado em 28/05/2025
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