Eu me amo,
pelas vezes em que ninguém soube me amar.
Eu me respeito,
pelos dias em que calaram meu valor.
Eu me aceito,
pelos olhares que me julgaram em silêncio.
Eu me abraço,
pelos abraços que ficaram no vazio.
Eu me beijo,
pelos beijos que nunca chegaram.
Eu me sustento,
pelos caminhos difíceis que trilhei sozinha.
Eu me levanto,
pelas quedas que ninguém viu.
Eu me aplaudo,
pelas vezes em que me ergui, partida.
Eu sorrio,
pelas lágrimas que chorei em silêncio.
E me perdoo —
por ter buscado fora
aquilo que sempre esteve em mim.
Agora sei:
o amor, o respeito, a aceitação,
o abraço que aquece, o beijo que acolhe,
o apoio invisível que sempre me sustentou,
o aplauso das minhas próprias mãos —
tudo isso era eu.
Sim…
a pessoa que eu mais precisava
sempre fui eu.
Demorei a perceber,
mas hoje…
os anos doem menos,
o coração pesa menos,
porque voltei.
Voltei para casa.
Voltei para mim.
Hoje, vivo por mim.
Hoje, acredito em mim.
Hoje…
eu me amo.
Gratidão.