A-cor-dar
por Sônia
O relógio gira apressado.
O tempo corre como criança no recreio,
e a escola da vida, aberta a todos,
recebe os que já correm… e os que ainda engatinham.
Há os que repetem,
os que recomeçam,
os que olham o quadro negro da existência
tentando decifrar a lição do dia.
Li Bernard, esse aluno atento,
quase formado,
consciente das estações —
essas que mudam não só o clima,
mas o olhar.
Aqui onde moro,
o tempo dança com seis estações,
e eu, estrangeira no próprio passo,
descobri que vivo no futuro.
Não só pelo fuso,
mas pelo tanto que precisei (re)aprender.
Outra língua,
outra cultura,
outro Deus.
Outros valores,
novas perguntas.
Uma escola maravilhosa,
onde a diferença é só o método.
Aqui, aprendi a ver com outras cores.
Por isso gosto de dizer:
A-cor-dar.
Porque despertar é também
dar cor aos dias,
dar sentido às mudanças,
dar vida à travessia
“Poema inspirado no texto ‘A Escola’, de Bernard Gonthier, e no comentário que escrevi sobre a obra.”