Réquiem — Celebração do Ciclo da Vida
Fui embora numa manhã ensolarada.
O céu estava azul, completamente azul.
Minha cor favorita.
Não quero discursos.
Morri feliz, parti como uma brisa suave.
Discursos não servem de nada.
Quem sabe, uma música…
Arioso, tocada em violinos e violoncelo.
Quero ir vestida de quimono branco,
bordado com flores de cerejeira —
símbolos da beleza que passa,
do renascimento suave.
O caixão pode ser simples —
mas, por favor, caprichem nas flores.
Coloquem-nas ao redor do meu corpo:
quero fluir por aí perfumada, colorida.
Minhas cinzas?
Espalhem-nas em algum lugar bonito:
um jardim, uma floresta…
Que adubem a terra.
E que, de mim, brotem flores.