Do outro lado do véu, há um cavaleiro à minha espera. Sempre ali, montado em seu cavalo, silencioso e presente. Cavalgamos juntos, como se o tempo não existisse — ele, firme; eu, acolhida. Seria ele meu anjo?
Nos dias difíceis, quando tudo parece desabar, sou apenas uma criança em seus braços.
Ele me embala suavemente no balanço da esperança. Empurra, e eu voo… voo e acalmo.
Quando a preocupação me toma, ele surge tocando violino. E ao som daquelas cordas, minha alma encontra repouso.
Quantas vezes nos vi envolvidos num coraçao de luz.
Não sei quem ele é. Seu rosto me escapa, e também o do cavalo, embora esse sempre se aproxime em busca de um carinho. Há afeto nesses encontros. Sempre há abrigo — abraços, colos, silêncios cheios de ternura.
Esse cavaleiro misterioso, às vezes, tem grandes asas e às vezes se irrita comigo.
Habita as sombras.
É por mim.
Como lhe sou grata.