Quando se é Avó de Meninas
Quando se é avó de meninas, o tempo se enche de corações desenhados a lápis de cor e de palavras inventadas que viram canções.
A casa, antes silenciosa, ganha o riso leve que dança nos corredores e se esconde atrás das portas.
Os dias ficam mais macios — e mesmo as tardes nubladas parecem cheirar a bolos recém-assados e páginas de livros infantis.
Ser avó de meninas é caminhar entre mundos mágicos:
um dia somos fadas, noutro, capitãs de navios imaginários.
É ouvir histórias sem sentido e achar nelas mais sabedoria do que em muitos livros antigos.
É encontrar, no abraço pequenino e sincero, o sentido da eternidade.
É também ensinar sem exigir, doar sem pedir, plantar sem esperar colher — porque o que se semeia em corações de menina floresce nos jardins do amanhã.
Quando se é avó de meninas, a alma veste um vestido leve, calça sapatos de nuvem e aprende, outra vez, a brincar de viver.
Sônia