Ela já não mora em templos, nem em palavras antigas.
Já não se limita ao que foi escrito —
porque agora se escreve no coração,
com a tinta invisível da consciência desperta.
A nova espiritualidade não usa uniforme.
Ela pode estar numa oração silenciosa,
num abraço dado com presença,
numa lágrima que cura em silêncio.
Ela não precisa de rótulo —
porque o que é verdadeiro não cabe em caixas.
Não nega o que veio antes.
Ama Kardec, respeita Divaldo, aprende com Buda, com Cristo, com a Mãe Terra.
Mas já não se curva a dogmas.
Ela se expande, como o céu.
E como o céu, acolhe tudo.
É ciência que intui, é fé que questiona.
É energia que dança entre corpos,
e é também quietude,
quando tudo silencia e só o amor permanece.
É mediunidade sem alarde,
cura sem aplausos,
serviço sem troféus.
É um campo vibrante que reconhece o outro como extensão de si mesmo.
E mesmo sem nome,
ela é reconhecida pelo que provoca:
leveza no peito,
paz na alma,
verdade nos olhos.
Essa espiritualidade livre é tua,
é minha,
é do mundo.
E não há mais volta.
Porque uma vez que a alma desperta,
ela não dorme mais.