No Ciclo das Marés
Sempre me foi suficiente fazer parte da sequência natural das coisas.
Tão certa como as marés. A natureza é minha guia.
A morte não precisa ser uma tragédia.
Ela pode chegar mansinha, como brisa leve,
E me levará rápido, sem dor e estardalhaço.
Eu entendo que toda criatura faz o que pode para sobreviver.
E, às vezes, por mais que eu tenha lutado,
A morte chegou para mim.
Eu sou Tudo agora.
Todas as pétalas das cerejeiras, sopradas pelo divino.
Sou todas as conchinhas do mar que chegam à praia.
Sou todas as estrelas no céu escuro das noites de verão.
Sou os vagalumes — vocês podem vê-los —
Iluminando as noites dos enamorados.
Sou todas as penas coloridas nas aves.
Sou todos os caminhos em S entre as cores do outono.
É nesse Tudo que sempre irão me encontrar.
by Sônia