Sônia Lupion Ortega Wada
“Coragem é agir com o coração.”
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              Kan Aiya, a Silenciosa

                 Em honra à primeira mulher operada

                           sob anestesia geral.

 

No sopé do tempo, onde o bambu sussurra,

Kan Aiya deitou-se, firme como flor em vento.

Não era só dor o que ali palpitava —

era um destino abrindo-se, lento.

 

A noite se fez quietude ancestral,

e as mãos de Seishū, com saber e temor,

guiaram a lâmina como quem abre um portal

entre a dor do corpo e o sonho do curador.

 

Tsūsensan, o sopro da terra e do céu,

a fez dormir sem que o grito explodisse.

E no silêncio da história que nasceu,

a ciência, ali, suavemente, se abrisse.

 

Kan Aiya, mulher de coragem sem nome,

com teu peito aberto, deste voz ao amanhã.

E a cura, antes rascunho de esperança,

tornou-se caminho, gesto e irmã.

By Sônia

 

Primeira Cirurgia com anestesia geral.


Na Era Edo do Japão (1603–1868), embora não existissem anestésicos modernos como conhecemos hoje, os japoneses já utilizavam práticas tradicionais e remédios naturais para aliviar a dor. Um dos métodos mais conhecidos era a anestesia vegetal criada por Hanaoka Seishū (1760–1835), um médico pioneiro que desenvolveu um composto chamado “Tsūsensan”.

 

Tsūsensan – O “anestésico Edo”

• Era uma mistura de várias plantas medicinais, incluindo:

• Datura stramonium (planta com propriedades sedativas e alucinógenas)

• Aconitum (venenoso, mas usado em doses controladas)

• Angelica decursiva e outras ervas chinesas

• A fórmula induzia um estado de inconsciência e analgesia, semelhante a uma anestesia geral rudimentar.

 

 

• Em 1804, Hanaoka realizou a primeira cirurgia com anestesia geral da história mundial documentada, removendo um tumor de mama em uma paciente chamada Kan Aiya — 40 anos antes de a anestesia com éter ser usada no Ocidente.

 


Embora detalhes completos de sua recuperação não sejam amplamente documentados nos registros históricos, sabe-se que a cirurgia foi bem-sucedida e ela sobreviveu ao procedimento, o que por si só era um feito extraordinário para a época. Esse evento marcou um divisor de águas na medicina japonesa e mundial.

 

Outras práticas comuns:

• Acupuntura e moxabustão para controle da dor

• Massagem Anma (ancestral do shiatsu)

• Uso de ervas medicinais da farmacopéia chinesa (Kampo)

• Técnicas de meditação e respiração para suportar desconfortos.


Diz a lenda  que um feitiço poderoso era o anestésico para a dor.
Bastava decretar:

 

“Dor vá embora e fique lá.”

 

 

As imagens, encontrei na internet.

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 08/05/2025
Alterado em 09/05/2025
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