A geração em silêncio caminha pelas ruas com olhos que falam, mas bocas que se fecham. Seus corações vibram em uma frequência que poucos conseguem ouvir, mas ela mesma não se permite gritar. O que poderia ser revelado em palavras e gestos, permanece escondido, como uma melodia que só a alma conhece, mas não encontra eco. Eles sentem, mas não dizem; amam, mas não tocam; sonham, mas não buscam.
Esculturas em madeira feitas à mão. Encontrei na internet. É um presente significativo .
O silêncio dessa geração não é a paz tranquila de quem tem respostas, mas a quietude de quem está perdido em suas próprias dúvidas. Como uma folha ao vento, ela se deixa levar, sem saber onde pousará, sem perguntar para onde o caminho a está conduzindo. Há tanto dentro de cada um, tanto para ser compartilhado, tanto para ser ouvido. Mas, no fundo, eles temem que suas palavras não sejam compreendidas, que seu grito não tenha lugar nesse mundo apressado e barulhento.
A geração em silêncio tem nos olhos uma profundidade que poucos veem, porque o olhar é o único lugar onde suas emoções podem ser expressas sem medo de julgamento. Cada gesto, cada suspiro, é um pedido não feito, uma palavra não dita. E, ainda assim, há beleza nisso. O silêncio carrega uma certa pureza, uma delicadeza, como se, ao não dizer, houvesse algo maior sendo comunicado: o respeito pelo tempo, o cuidado com os outros, a sensibilidade de saber que, às vezes, a presença vale mais que a palavra.
Mas o silêncio, por mais necessário que seja em certos momentos, também pode ser um peso. O peso de uma voz que nunca é ouvida, de uma história que não é contada. E, com o tempo, essa geração silenciosa começa a perceber que, por mais que o silêncio proteja, ele também isola. Eles sabem que as palavras têm poder, que o mundo precisa ouvir o que têm a dizer. E, aos poucos, começam a entender que, para quebrar o silêncio, é preciso coragem, é preciso ousadia. É preciso acreditar que, ao falar, não só os outros ouvem, mas também se ouvem.
E assim, a geração em silêncio se reinventa, se encontra, se liberta. Ela aprende que o silêncio é um refúgio, mas também uma prisão. E, ao romper com ele, ela descobre sua própria voz. Uma voz que, antes tímida e sussurrante, agora se ergue com força e clareza, pronta para ser ouvida.
Com carinho
Sônia