Dedicada à Maria Luiza Lupion Ortega,
Preta - Minha irmã Caçula
imagem: Pinterest
O sol escorre sobre a areia como mel dourado, aquecendo tudo com sua luz serena. A praia respira calma, cheia de vida e de asas. Gaivotas pousam, caminham como quem pensa, bicam o chão, alheias ao tempo. Outras riscam o céu em círculos largos, como se desenhassem algo invisível e sagrado no azul sem fim.
Sentada na beira da tarde, uma menina observa. O vento brinca nos cabelos dela, e os olhos seguem o voo errante das aves. Ela não diz palavra — há um entendimento profundo entre o silêncio e o som do mar.
Fotografia de Maria Luiza Lupion Ortega
Cada gaivota no ar parece levar um pedaço do mundo para longe, cada gaivota no chão parece trazer um segredo de volta. A menina sorri de leve, como quem escuta algo que só o coração compreende.
É um instante sem pressa, feito de luz, de vento, de asas. Um instante em que o tempo repousa também, como as aves, e tudo se torna leve, quase sagrado. Ali, entre as gaivotas, a menina não está só: ela pertence.
Prosa Poética faz parte da minha coleção de textos reunidos : A Praia que me Guarda.
by Sônia