Luz que nasce do silêncio
A dor chegou sem aviso,
com passos leves e olhos antigos.
Não gritou — apenas se sentou ao meu lado,
como quem carrega séculos de sabedoria calada.
A dor é um professor silencioso,
mas sua lição é luz para o amanhã.
No eco de um quarto quieto,
onde o tempo parece dormir,
a alma sussurra segredos que só o silêncio ouve.
No silêncio, a alma encontra sua voz mais verdadeira.
Então, aprendo a me tocar com gentileza.
Cada gesto simples — beber água, respirar fundo,
olhar o céu entre as janelas —
é uma declaração de amor à vida.
Cuidar de si é um ato de coragem e amor profundo.
E mesmo nos dias sem cor,
há instantes que brilham —
um riso tímido, o calor de uma lembrança,
o olhar de quem entende sem dizer.
Cada instante é um ponto de luz
no mapa da nossa jornada.
Não fujo mais do que sou.
Abraço a pele frágil, os olhos marejados,
as incertezas que tremem no escuro.
Ali, brota a força que não se veste de aço,
mas de verdade.
A força verdadeira nasce
na vulnerabilidade que aceitamos.
22/05/2025
entre 11:00am até 15:00pm
keytruda
imagem: janela do quarto do Hospital Universitário de Mie-Ken( da autora)