Mulher-Cavalo
Capítulo 6 – O Vento Reconhece o Meu Nome
O vento sussurra segredos que só quem corre sabe ouvir.
Ele passa por mim como um abraço antigo,
um reconhecimento que vem do que nunca foi dito.
Quando galopo, não estou só.
Carrego o sopro das árvores, a luz das estrelas,
o mistério do céu aberto.
O vento conhece minha alma, conhece minha crina.
Ele sabe o ritmo do meu coração, o compasso do meu galope.
E quando me chama,
é como se todo o universo me convidasse a seguir —
não em fuga,
mas em encontro.
O vento reconhece meu nome
porque ele é parte de mim,
assim como eu sou parte dele.
Somos liberdade em movimento,
uma dança eterna entre o visível e o invisível,
entre o eu e o além.
Ser Mulher-Cavalo é ser chama que não se apaga,
é ser caminho que se faz ao andar,
é ser voz que ecoa no silêncio.
E assim sigo, galopando por dentro do eterno,
onde o vento me chama pelo nome,
e eu atendo —
com a alma inteira,
com o galope livre,
com o coração aberto.