Nos Braços do Pai
Nos braços do pai, o mundo repousa,
com cheiro de afeto e silêncio de rosa.
A menina maior, com riso de sol,
traz nas bochechas o brilho do arrebol.
A menor, de dez meses, espanta a manhã
com olhos que dançam, ternura tamanha.
Segura no dedo, seu porto seguro,
o peito do pai é abrigo mais puro.
Ali, no compasso do peito que embala,
o tempo se curva, o instante não cala.
É mais que retrato, é luz em papel,
um céu de carinho, sem cor e pincel.
O pai — esse mundo de braços abertos —
guarda em silêncio seus sonhos encobertos.
Mas basta um olhar das pequenas no colo
pra florir de esperança o mais seco solo.
E o amor, invisível, mas denso no ar,
se escreve no gesto, no toque, no olhar.
Pois quando há ternura moldando a manhã,
um pai e suas filhas formam a maçã.
Inteiros, macios, eternos também,
nos braços do pai, tudo encontra o bem.
É foto? É memória? É reza? É canção?
É a vida bordando amor em oração.