Blue Hool
Há um lugar que não aparece nos mapas.
Chama-se Blue Hool.
É um santuário submerso em céu,
uma dobra azul entre o real e o sonhado,
onde o tempo não toca, apenas observa.
Ninguém chega até lá por estradas —
só se chega em estado de silêncio.
Ou de saudade.
O vento ali fala baixo,
como se guardasse histórias que o mundo esqueceu.
E as águas — tão calmas — brilham
como os olhos de quem compreendeu o indizível.
Dizem que Blue Hool nasce
cada vez que alguém olha o horizonte e não pede nada,
apenas sente.
É um espaço azul dentro da alma,
onde as dores se dissolvem em luz líquida
e o espírito dança com o som das marés que vêm de dentro.
Quem já esteve lá…
não volta o mesmo.
Volta com o coração marejado,
e um leve azul no olhar —
daqueles azuis que ninguém entende,
mas todo mundo sente.