🎵 A Música Que Nos Habita
Se a música cura, ela também pode ferir.
As frequências que escolhemos ouvir se tornam
as vibrações que habitam nossas células,
nossos silêncios e até nossos desequilíbrios.
A ciência já intuiu o que os poetas sempre souberam:
sons têm poder.
A sinfonia pode sutilmente acalmar um coração aflito,
mas o ruído repetido, o caos intencional,
a banalização da dor — esses também penetram o corpo.
Questiono:
O que temos cantado ao nosso subconsciente?
O que dançamos com pressa, sem perceber que algumas letras
nos tornam reféns de uma estética do vazio?
Nem toda música que embala, eleva.
Nem todo ritmo que gruda, nutre.
Que saibamos escolher aquilo que vibra
na frequência da nossa saúde —
mental, emocional, espiritual.
Porque a música, como o alimento,
pode ser remédio… ou veneno.
— Sônia
O que Estamos Ouvindo em Silêncio?
por Sônia
Outro dia li que as sinfonias de Beethoven, quando tocadas em determinadas frequências, podem ajudar a combater células cancerígenas. Sim, isso mesmo — música clássica, vibrando no corpo como um sutil bisturi de luz. E não era só poesia: era ciência. Um estudo da Universidade do Rio de Janeiro revelou que as composições de mestres como Beethoven geram ressonâncias celulares positivas. Ou seja, a música não apenas embala a alma — ela age sobre o corpo.
Fiquei pensando nisso por dias. Porque se uma melodia pode curar, também pode adoecer.
Comecei a reparar nas músicas que ecoam ao nosso redor diariamente. No rádio do carro, no fone do vizinho, nos vídeos virais que se multiplicam em velocidade maior que qualquer sinfonia. Letras que falam de violência com ritmo alegre, refrões que zombam da dor, da mulher, da vida. Batidas que aceleram sem dizer para onde vamos.
E me pergunto: o que essas canções têm feito com o nosso sistema nervoso? Com a nossa tristeza escondida? Com a criança interior que ainda mora em nós?
Será que estamos dançando nossa própria exaustão?
Não, não é sobre moralismo. É sobre cuidado. Sobre consciência do que entra pelos nossos ouvidos e vai direto para a alma — sem filtro, sem análise crítica, como um mantra repetido até virar crença. Porque, sim, o corpo escuta. A pele sente. O coração responde.
Talvez seja hora de ouvir com mais presença. De silenciar o ruído para escutar o som que realmente nutre. Uma canção que nos devolva a inteireza. Um acorde que respire. Uma letra que nos reconcilie com a delicadeza.
A música pode ser remédio.
Ou pode ser veneno.
A diferença está no que escolhemos repetir.
E se é verdade que há sinfonias que curam o câncer, talvez também haja melodias que curam o mundo.
Basta mudar a estação — por dentro e por fora.