Onde a Alma Confia
Não é perda o que deixo na margem,
É escolha de quem sabe o que veio buscar.
O foco é uma vela no meio da aragem,
Silenciosa, mas firme em continuar.
A fé que me guia não grita por provas,
Ela anda comigo, passo a passo.
Enquanto o medo faz curvas novas,
Eu sigo reta, abraçando o espaço.
Coragem não brilha nas vitrines,
Nem precisa de gestos teatrais.
É no cansaço que ainda se afine
A luz que insiste em nunca ser demais.
Aceitar não é desistir do intento,
É dançar com a vida como ela vier.
Quem abre o peito ao movimento
Recebe sinais no que parecer qualquer.
A intuição me fala em tom discreto,
Sussurra entre o latejar do agora.
E eu, que renasço em segredo quieto,
Sei que a alma ouve, mesmo sem demora.