Sônia Lupion Ortega Wada
“Coragem é agir com o coração.”
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Aos que leem com a alma (e deixam rastros de poesia)

 

 

Estive recolhida. O corpo, esse delicado campo de batalhas, pediu silêncio. A quimioterapia — essa mestra áspera — exigiu repouso, paciência e escuta. Enquanto isso, meus textos seguiram viagem. Como filhos crescidos, saíram por aí tocando outras almas. E quando voltei, encontrei um jardim de palavras me esperando. Um jardim regado por vocês.

 

Ler cada comentário foi como um gole de café fresco num dia frio, como descreveu Silvanio Alves:

“O cheiro de café da manhã deixa a alma embriagada, poetisa!”

Sim, embriagada de afeto, reconhecimento e dessa coragem mansa que nos permite continuar.

 

“Você não escreve em vão”, disse Maria Aparecida Giacomini D Oro, e eu quis te dizer, querida amiga, que é esse não-vão que me sustenta. Porque há propósito, sim, e ele floresce cada vez que alguém me diz que viu um pedaço de si em minhas linhas.

 

“Magnífica obra que nos leva ao viver…”, escreveu Felipe Felix, e foi como se suas palavras colocassem as minhas de volta de onde vieram: da vida nua e crua, mas também da vida encantada.

 

Chico Chagoso, com humor e inteligência, comentou: “Nós é que estamos nus.”

E foi aí que sorri por dentro. Porque escrever também é isso — desnudamento. Uma entrega sem camuflagem. Como a Chiquinha: “Cheguei chegando!”

E como bem disse Juli Lima:

“Somos responsáveis pelos pensamentos que inspiramos…”

 

SanCardoso me chamou de amiga querida.

Candio Domingues, de poetisa reflexiva.

Elie Mathias viu história onde escrevi memória.

Takinho leu coragem e empatia.

Lucia Rodrigues falou de jogo de cintura e poesia.

Marconi Barros me levou para dançar entre Enoque, Salomão e Belchior, entre a glória feminina e a prosa generosa.

E Decimar da Silveira Biagini, com seus apanhados cheios de luz e dor compartilhada, me presenteou com um Soneto do Tempo e dos Reencontros que ainda ecoa em mim:

“Protelamos os gestos, as palavras / Deixamos pra depois o essencial.”

Sim, meu caro, sua poesia tocou fundo. Somos sobreviventes do tempo — e da palavra.

 

Cada um de vocês me fez sentir viva, mesmo quando o corpo queria parar.

 

Jacó Filho me ofertou uma poesia e um lembrete:

“Ver de olhos fechados… Todo cosmos presencia.”

E eu senti que era isso que estávamos fazendo juntos — vendo além, sentindo além, tocando almas de olhos fechados.

 

A Morcega, com a sabedoria das flores de lótus, me disse que o luto pode se transmutar em bênção — e foi como se ela me devolvesse a primavera que o corpo ainda hesita em anunciar.

 

Por isso hoje, ainda me reerguendo dos efeitos dessa travessia chamada tratamento, venho lhes dizer:

muito obrigada.

 

Agradeço de coração a cada palavra recebida — e guardo com ternura a imagem deixada por Bernard Gontier:

 

essa incrível egrégora acha o caminho como o rio que chega ao mar do sentimento maior…”

“Graças ao milagre da web, essa incrível egrégora acha o caminho como o rio que chega ao mar do sentimento maior…” — Bernard Gontier

 

Que assim sigamos querido amigo: conectados pela corrente mansa daquilo que realmente importa.

 

 

Vocês foram minha casa, meu colo e meu altar de palavras.

E como disse minha amiga Juli Lima, “a adversidade pode abençoar e trazer purificação.”

Sim. E vocês, leitores-poetas, são bênçãos nessa estrada.

 

Com toda gratidão do mundo,

Sônia - Flor de Cerejeira  🌸 

 

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 26/06/2025
Alterado em 28/06/2025
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