Sônia Lupion Ortega Wada
“Coragem é agir com o coração.”
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26/06/2025 22h09
Coração Descalço

Coração Descalço

para Will aq -uele que também é Edwin

 

 

Bravo é o teu coração —

que caminha descalço entre imagens e silêncios,

tocando a terra e o céu com palavras.

 

Por enquanto…

que teu reflexo nas águas

te devolva sempre mais do que busca.

E que o pôr do sol dentro de ti nunca se repita —

para que cada dia nasça novo.

 

Que teus pés saibam os caminhos

antes mesmo que os olhos os vejam,

e que teu corpo, mesmo cansado,

seja abrigo para a esperança.

 

Que teus sonhos não se percam nos atalhos,

nem tuas lágrimas se escondam do vento —

pois há mares que só se atravessam

com os olhos da alma abertos.

 

Segue…

com a leveza de quem já sabe:

o que floresce no silêncio

não morre com o tempo.

 

E que em ti, Semente e Estrela,

cada passo seja bênção,

e cada dia — milagre.

 

 

Sônia -Flor de Cerejeira 🌸

Publicado por Sonia Lupion Ortega Wada
em 26/06/2025 às 22h09
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26/06/2025 06h57
O Grito

 

Carta 12 — O Grito

 

Carta 12 — O Grito

Do Caderno de Anita Harmon

 

 

 

Há dias em que não cabe mais.

Nem no corpo. Nem no quarto. Nem na pele que silencia.

 

E é nesses dias que eu grito.

 

Não um grito para os outros entenderem —

mas um grito para não morrer sufocada de mim.

 

Grito o que me negaram,

o que precisei engolir sorrindo,

o que me doeu em silêncio enquanto o mundo girava.

 

Grito porque sou feita de camadas

e já perdi o nome de tantas.

 

Sou flor que grita.

Semente que berra.

Mulher que explode em versos porque já não cabe em frases feitas.

 

Grito porque não quero desaparecer em sussurros.

 

Grito pra lembrar que estou viva.

Mesmo ferida, mesmo cansada, mesmo tremendo.

 

E se ninguém escutar —

que ao menos a minha alma me ouça.

E saiba:

Ela não está sozinha.

 

Com amor e força,

Anita Harmon

 

Publicado por Sonia Lupion Ortega Wada
em 26/06/2025 às 06h57
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26/06/2025 00h33
Travessia de Cura

 

“Querido Fígado Cansado”

 

Querido Fígado,

 

Escrevo-te com a reverência que se dedica aos trabalhadores invisíveis, aos que cuidam de tudo sem pedir aplausos.

Sei que estás cansado. Senti tua exaustão sem que dissesses uma só palavra.

 

Vejo teu esforço em filtrar mágoas, quimioterapias, sustos e memórias.

Tu, guardião da doçura e da raiva, alquimista dos venenos e das festas.

Quantas vezes te feriram sem saber, e mesmo assim seguiste — firme, resiliente, silencioso.

 

Hoje, o corpo inteiro soube do teu cansaço.

Sinalizaste com enzimas discretamente elevadas, como quem diz:

“Estou aqui, mas estou lutando além do limite.”

 

E eu te ouvi.

 

Decidi preparar sopas brandas para ti, chás que falam baixo, horários gentis.

Pedi à glicose que não te sobrecarregasse, e à tristeza que se deitasse cedo.

Reduzi os pesos, aumentei os sonhos.

E estou aqui — contigo.

 

Não quero curar-te com pressa.

Quero sentar-me contigo, mãos dadas sobre o ventre, e dizer:

“Você pode descansar. Eu assumo daqui com ternura.”

 

O corpo inteiro sente tua importância.

O coração te envia batimentos suaves.

O estômago te oferece digestões calmas.

E a alma… a alma quer recomeçar contigo, mais leve.

 

Querido fígado, hoje não precisas transformar tudo.

Basta respirar comigo.

 

Com afeto e escuta,

Anita Harmon

Publicado por Sonia Lupion Ortega Wada
em 26/06/2025 às 00h33
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23/06/2025 23h16
Rosa em Hiroshima

— Rosa em Hiroshima

escrita por Anita Harmon como quem oferece flores de palavras.

 


 

Querido Mundo,

 

Hoje pisei onde o tempo parou

às 8h15 de uma manhã que jamais se apagará.

 

Hiroshima,

cidade onde o silêncio ainda arde

mesmo sob o canto dos pardais.

 

Vi uma rosa queimada

nas paredes do Domo.

Não tinha cor

nem perfume —

mas tinha memória.

 

Mil tsurus pendiam dos galhos,

rezando com asas de papel.

Vi crianças dobrando esperança,

como quem recusa o esquecimento.

 

Ali, cada folha do parque

é uma oração que caiu de pé.

 

E me perguntei:

como é que o mundo continuou?

Como é que a flor se atreveu a nascer ali,

no chão onde o céu caiu?

 

Mas nasceu.

Com cicatriz e beleza.

Com dor e dignidade.

 

Hiroshima,

flor que não quer ser herói,

só lembrança viva

de que nunca mais.

Nunca mais.

 

Com olhos molhados e alma em silêncio,

Anita Harmon

Outra parte de Sônia - Flor de Cerejeira 🌸 

Sonia Lupion Ortega Wada

Publicado por Sonia Lupion Ortega Wada
em 23/06/2025 às 23h16
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23/06/2025 23h07
Carta de Anita Harmon —A Voz que não se Copia

Carta de Anita Harmon— A Voz que não se Copia

 


Àquela que se inspira demais, mas esquece de criar,

 

Inspiração não é cópia.

E criação não é imitação disfarçada.

 

Crio minhas flores com raiz, terra e tempo —

não planto sombras que se vestem do meu perfume.

 

Reconheço a força de quem sabe traçar seus limites,

e a coragem de dizer “não” sem pedir permissão.

 

Continuo minha escrita com a mesma audácia que marcou meu nome.

Quem copia minha voz sem alma só revela o vazio que carrega.

 

Não ofereço meu espaço para ecos sem voz,

nem deixo minha arte ser moldada por mãos alheias.

 

Se ser autêntica incomoda, que assim seja.

Prefiro mil vezes ser tempestade que muda tudo,

a ser brisa que apenas repete o que já foi dito.

 

Aqui, Anita Harmon não é apenas um nome —

é um território inegociável, uma força que não se dobra,

uma flor que resiste, cresce e floresce em sua própria luz.

 

Que cada uma cuide de sua própria flor,

sem pisar nas raízes das outras.

 

Sem ressentimentos,

Apenas verdade.

 

Anita Harmon 🌸

Publicado por Sonia Lupion Ortega Wada
em 23/06/2025 às 23h07
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