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Capítulo 5 — A Dança dos Instintos
Categoria: Prosa poética / Diário
Descrição:
Capítulo 5 do ciclo poético “Mulher-Cavalo”. Um mergulho no corpo como sabedoria ancestral.
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Texto:
O corpo do cavalo dança.
Não há gesto em vão —
tudo nele é escuta, alerta, resposta.
Eu também sou assim.
Meu corpo sente antes da mente.
Ele recua quando o ambiente fere.
Ele vibra quando algo é verdadeiro.
A dança dos instintos é sutil:
é uma linguagem de dentro,
onde o sim e o não se revelam na pele,
no cheiro, na pulsação.
Mulheres-cavalo sabem:
não se negocia com o que faz mal.
Não se força o passo quando a alma trava.
Há um saber antigo no pescoço que arrepia,
nas pernas que estremecem,
no coração que dispara sem razão aparente.
Tudo é sinal.
Tudo é sabedoria se escutamos com coragem.
O corpo é bússola.
E ele jamais mente.
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Capítulo 4 — Nem Rédea, Nem Jaula
Categoria: Prosa poética / Diário
Descrição:
Capítulo 4 do ciclo poético “Mulher-Cavalo”. Um manifesto da liberdade interior.
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Não nasci para ser domada.
Nem para ficar no mesmo pasto, repetindo passos.
Meu espírito não entende grades,
minha essência se desfaz nas rédeas.
Sou mulher-cavalo:
meu instinto é altar.
Meu caminho, ritual.
Tentaram me prender em rótulos, padrões e silêncios.
Mas minha alma sempre encontrou uma fresta.
Quando me chamam de difícil,
estou apenas sendo fiel a mim.
Quando me dizem teimosa,
estou apenas ouvindo meu coração.
Cada galope meu é escolha.
Cada parada, um ato de sabedoria.
Não vim agradar olhos alheios.
Vim ser inteira.
Nem rédea, nem jaula.
Eu sou do vento.
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Capítulo 3 — Guardiã dos Véus
Categoria: Prosa poética / Diário
Descrição:
Capítulo 3 do ciclo poético “Mulher-Cavalo”. Um encontro com a mulher instintiva, mediadora entre mundos.
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Eu sou como o cavalo:
indomável, teimosa, forte, complicada.
Tão intensa que às vezes me escondo,
tão sensível que pareço dura.
Minha alma sabe farejar o invisível.
Eu sinto antes de saber.
Sei antes de entender.
Como o cavalo, eu também vejo o que não se mostra.
Eu também me assusto com ruídos que ninguém escuta,
e pressinto caminhos que ainda não têm forma.
Não sou domesticável.
Não vim para caber.
Vim para correr por dentro do que é verdadeiro.
Há véus que só a mulher-cavalo atravessa.
Há dores que só ela pressente.
Há curas que só nascem em corpos que sabem galopear
com crina solta e olhos antigos.
Eu sou ponte e bússola.
Sou ventre e tempestade.
Sou filha do tempo e irmã do vento.
Sou aquela que galopa entre mundos —
e deixa rastros de silêncio no chão da alma.
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Capítulo 2 — Cavalo, Guardião dos Mistérios
Categoria: Prosa poética / Diário
Descrição:
Capítulo 2 do ciclo poético “Mulher-Cavalo”. Um mergulho na alma simbólica do cavalo como mensageiro entre mundos.
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Desde criança,
o cavalo me fascina com uma paixão que não cabe no peito.
Não é só beleza —
é um chamado.
Um sussurro da alma antiga que reconhece nele
o guardião do invisível.
Há algo de divino em seu galope.
Algo que não se explica,
mas se sente no silêncio entre dois mundos.
Os mestres o escolhem
porque ele sabe percorrer os caminhos que os olhos não veem.
Ele não apenas corre —
ele atravessa véus.
Leva mensagens entre planos.
Transporta orações sem palavras.
Seu corpo é ponte.
Seu espírito, bússola.
O cavalo dança entre o céu e a terra
como quem conhece os segredos do tempo.
Traz em si a liberdade primordial —
aquela que não se vende, não se prende,
apenas se contempla.
Olhar um cavalo é lembrar
que a alma tem crina,
tem cascos de luz,
e pode — se quiser —
galopar por dentro do eterno.
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Capítulo 1 — Fascínio Antigo
Categoria: Prosa poética / Diário
Descrição:
Capítulo 1 do ciclo poético “Mulher-Cavalo”. Um encontro lírico com a beleza selvagem que desperta memórias da alma.
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Quando vejo um cavalo,
é como se algo em mim despertasse.
Desde menina, ele me fascina —
esse ser que é força e liberdade,
complicado como o coração humano,
sentimental como quem já sofreu em silêncio,
leal como quem volta, mesmo depois da fuga.
A beleza…
ah, a beleza dos cavalos!
Ela não se explica,
ela atravessa.
É como o vento quente de verão
ou o toque da alma em estado de alvorada.
Eles são como o fogo correndo sobre a água,
como nessa imagem:
um mito em movimento,
um sonho que galopa dentro da gente.